Quando pensamos em desenvolvimento motor normal as seguintes áreas devem ser levadas em consideração:
Maturação
a) Sistema nervoso – continua a amadurecer após o nascimento, com o maior aumento da maturidade neuromotora, ocorrendo durante os dois primeiros anos de vida, mas até 7 anos a maturação ainda é grande.
b) Controle motor voluntário – enquanto a criança desenvolve controle motor ela é capaz de perceber objetos úteis ao seu propósito, aprender a interagir com seu ambiente e estabelecer objetivos que ela atinge através do movimento. O controle motor voluntário, junto com o tônus muscular adequado e o controle postural forma a base para o fornecimento de informações que permitem a criança antecipar os ajustes necessários para o controle postural e são a base do feedback (antecipar a ação) e o feedfoward.
c) Reflexo – é uma resposta muscular involuntária a um estímulo sensorial, há uma combinação de sinergias musculares, envolvendo múltiplas articulações que agem como uma unidade funcional e resultam em um comportamento motor conhecido. Existem os reflexos de defesa, de sobrevivência e de restrição de movimento. Há uma teoria que os reflexos atuam para limitar os movimentos, reduzindo o grau de liberdade, desta forma aumentando a estabilidade e fornecendo padrões de movimento que produzem uma oportunidade para a criança adquirir conhecimento sobre seu corpo. Quando eles permanecem além do tempo normal é sinal de que há algo errado com o sistema nervoso.
Estímulo sensorial
Auditivo, visual, táctil, proprioceptivo, labiríntico/vestibular e somato-sensorial. Este estímulo fornece os dados que permitem à criança ajustar o movimento.
Cinesiologia
Durante o desenvolvimento os músculos são alongados e ativados. Este alongamento muscular é necessário para que ocorra um alinhamento ósseo adequando, bem como atividade muscular adequada. Durante o desenvolvimento a criança aprende a controlar os músculos que estão se alongando (contração excêntrica) e encurtando (contração concêntrica).
Trabalho de força inicial é trabalho por repetição.
Alinhamento biomecânico
Há mudanças no alinhamento ósseo durante o desenvolvimento. Essas mudanças são necessárias para permitir atividade muscular adequada. O esqueleto de uma criança de sete anos é igual ao de um adulto assim como todos os componentes da marcha. Um exemplo disso é a mudança que ocorre no alinhamento da cabeça e do colo femoral em relação à parte longa do fêmur. Quando o bebê nasce há anteversão femoral aumentada que diminui quando o bebê desenvolve abdução e extensão do quadril. A mudança óssea é necessária para permitir um bom alinhamento pélvico femoral ao ficar de pé, quando isso não ocorre há aumento da rotação interna do fêmur ao ficar de pé.
O que estimula a ossificação da cartilagem são fatores genéticos, ambientais e nutricionais além da aplicação de forças internas que são produzidas pela tensão gerada pela contração muscular e as forças externas que são à força da gravidade e as forças de pressão que são as forças reativas a descarga de peso. Exemplo: a sobrecarga respiratória em crianças leva a um afundamento do externo pelo aumento de força muscular.
Atividade muscular sinérgica
Grupos musculares que trabalham juntos para produzir movimentos coordenados. Crianças com paralisia cerebral tem dificuldade em iniciar atividade muscular isolada. Também é difícil para eles usar sinergias musculares para produzir movimento funcional eficiente e coordenado. Geralmente eles produzem atividade muscular sinérgica que é ineficiente e interfere na função. Por exemplo, para iniciar o movimento de passar de sentado para de pé em vez de usar a sinergia de flexão de quadril, joelho e flexão plantar, eles usam a sinergia de extensão de joelho, quadril e flexão plantar o que desloca o centro de gravidade posteriormente interferindo na transferência de peso anterior necessária para passar para de pé.
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