Ivani Morales Xavier, Fernanda Cavalheiro
e-mail: ivanifisio@yahoo.com.br
Orientador: Cleber Ricardo Cavalheiro
Colaboradores: Adriano Camilo Erbele, Jamile Gabriela Bronzatto Bassetto, Luiz Antonio
Pelegrino
Instituição: Hospital Estadual Bauru – Bauru/SP
End: Av. Eng. Luiz Carrijo Coube, 1-100 Jd. Santos Dumont, Bauru-SP
Palavras-Chaves: Paralisia cerebral, Toxina Botulínica tipo A, Espasticidade.
Introdução
A Paralisia Cerebral (PC) é definida como um grupo não progressivo, mas
freqüentemente mutável de distúrbios motores, especialmente do tônus e da postura,
secundário a lesão do sistema nervoso central em desenvolvimento, ou seja, desde a fase
embrionária até os dois anos de vida extra-uterina (GIANNI, 2005). A espasticidade é um dos
principais sintomas da síndrome do Neurônio Motor Superior, sendo definida como aumento do
tônus que não só limita o desempenho funcional, mas também pode levar ao desenvolvimento
deformidades (PORTELLA et al. 2004). Em meio a muitas intervenções, com o objetivo de
diminuir a espasticidade e previnir o desenvolvimento de deformidades, encontra-se a
cinesioterapia e mais recentemente a Toxina Botulinica Tipo A (TBA) que é uma neurotoxina
que atua na junção neuromuscular, bloqueando a liberação de acetilcolina na placa motora e
proporcionando um maior relaxamento da musculatura, permitindo um alongamento maior dos
músculos injetados e melhora no padrão da marcha (FARIA, et al. 2001).
Relevância do Estudo
Avaliar o efeito do tratamento com TBA em portadores de PC espástica
em musculatura de isquiotibiais mediais.
Metodologia
Ensaio clínico, retrospectivo de caráter quanti-qualitativo, desenvolvido através
de análise de prontuários e dos protocolos do Ambulatório de Toxina Botulínica (Botox) da
Unidade de Apoio e Reabilitação do Hospital Estadual Bauru. A avaliação era composta pelo
arco de movimento articular do joelho e da espasticidade em musculatura de Isquiotibiais
medias realizado pré aplicação e reavaliados 30 dias pós aplicação. Os Critérios de inclusão
foram indivíduos portadores de PC do tipo espástica com indicação de aplicação de TBA e
critérios de exclusão, indivíduos não portadores de PC do tipo espástica. Para análise
estatística foi utilizado o teste não paramétrico de Wilcoxom para dois grupos pareados
(p<0,05).
Resultados e discussão
Foram avaliados 43 prontuários, 27 sexo masculino e 16
feminino, média de idade 5,93 ± 2,87, hemiplégicos (11,63%), diplégicos (65,13%) e
quadriplégicos (23,26%). A Paralisia Cerebral do tipo espástica corresponde a 75% dos casos,
sendo a forma diplégica a mais comum (GIANNI, 2005), com maior incidência no sexo
masculino, condizentes com os resultados encontrados neste estudo (ROTTA, 2002). Em
relação ao arco de movimento houve melhora no ângulo poplíteo lento e rápido, observando
diminuição da espasticidade nos músculos isquiotibiais mediais (Figura 1).
Figura 1. Análise do arco de movimento do joelho – ângulo poplíteo no lento e no rápido.
A) Análise do ângulo poplíteo no lento à direita (* p<0.0009)
B) Análise do ângulo poplíteo no lento à esquerda (● p<0.005)
C) Análise do ângulo poplíteo no rápido à direita (▪ p<0.00017)
D) Análise do ângulo poplíteo no rápido à esquerda (○ p<0.00028)
A deformidade em flexão do joelho é causada como mecanismo compensatório da deformidade
do pé eqüino e a deformidade em flexão do quadril, por espasticidade dos flexores do joelho,principalmente isquiotibiais, estando de acordo com os resultados encontrados neste estudo
(RESENDE, NASCIMENTO, LEITE, 2005). Crianças com paralisia cerebral freqüentementeandam com flexão de quadril e joelho, denominado marcha crouch, que aumenta o gastoenergético durante a marcha (CURY et al., 2006).
Conclusão
A TBA associado a fisioterapia é eficaz no tratamento da PC do tipo espástica,
evidenciado pela diminuição da espasticidade e pela melhora do arco de movimento,
diminuindo assim o risco de deformidades fixas e melhorando o posicionamento das órteses,
trazendo melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes.
Referências Bibliográficas
GIANNI, M. A. C. Aspectos clínicos. In: MOURA, E. W.; SILVA, P. A. C. Fisioterapia:
Aspectos Clínicos e Práticos da Reabilitação, 1ª ed. São Paulo, Artes Médicas, 2005,
p.13, 80.
CURY, V. C.R.; MANCINI, M. C.; MELO, A. P.; FONSECA, S. T.; SAMPAIO, R. F.; TIRADO, M.
G. A . Efeitos do uso de Órtese na Mobilidade Funcional de Crianças com Paralisia Cerebral.
Rev. Bras. Fisioter. v. 10, n.1, 2006.
FARIA, T. C. C.; MASIERO, D.; SPOSITO, M. M. M.; SAAD, M. A avaliação do uso da Toxina
Botulínica A e da Cinesioterapia na Melhora da Marcha do Portador de Paralisia Cerebral do
tipo Hemiparético. Acta Fisiátrica, v. 8, n 3, p. 101-106, 2001.
PORTELLA, L.V.; SANTIAGO, F. L. D.; MAIA, P. A.; MANCINI, M. C. Os efeitos da toxina
botulínica no tratamento da espasticidade; uma revisão de literatura. Rev. Bras. Fisioter. v. 7,
n. 3 , p. 47-55, 2004.
RESENDE, C. M. G.; NASCIMENTO, V.F.; LEITE, J. M. R. S. Eficácia da Toxina
Botulínica Tipo A Associada a Fisioterapia em uma Criança Hemiplégica Espástica.
Rev. Neurociências, v. 13, n. 1, p 17-20, 2005.
ROTTA, N. T. Paralisia Cerebral, novas perspectivas terapêuticas. Jornal de Pediatria, Vol. 78-
Supl. 1/ S48, 2002.
Olá,meu filho tem 3 anos faz fisio,já anda segurando nas coisa ms não fica ereto,sempre curvado.
ResponderExcluirEle fica ereto se tiver um apoio como uma mesa ms se for parede ou sofá ou mesmo o andador fica sempre curvado.
Ele não abre as pernas e sente muita dor quando a fisio abre.
pode me orientar?
me procure!,lucialfav@gmail.com